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Resenha | Quando a Bela domou a Fera de Eloisa James @EditoraArqueiro

29/03/2017


Piers Yelverton, o conde de Marchant, vive em um castelo no País de Gales, onde seu temperamento irascível acaba ferindo todos os que cruzam seu caminho. Além disso, segundo as más línguas, o defeito que ele tem na perna o deixou imune aos encantos de qualquer mulher.
Mas Linnet não é qualquer mulher. É uma das moças mais adoráveis que já circularam pelos salões de Londres. Seu charme e sua inteligência já fizeram com que até mesmo um príncipe caísse a seus pés. Após ver seu nome envolvido em um escândalo da realeza, ela definitivamente precisa de um marido e, ao conhecer Piers, prevê que ele se apaixonará perdidamente em apenas duas semanas.
No entanto, Linnet não faz ideia do perigo que seu coração corre. Afinal, o homem a quem ela o está entregando talvez nunca seja capaz de corresponder a seus sentimentos. Que preço ela estará disposta a pagar para domar o coração frio e selvagem do conde? E Piers, por sua vez, será capaz de abrir mão de suas convicções mais profundas pela mulher mais maravilhosa que já conheceu?

Hoje eu vim aqui dizer para vocês que eu me apaixonei!!! Mais uma vez um mocinho, para ser mais clara, um ogro, ganhou o meu coração e eu não consigo parar de pensar nele. A minha mais nova paixão é Piers Yelverton, o conde de Marchant.
“Um médico totalmente maluco – esse sou eu – e uma beldade terrivelmente conivente – essa é você – , mancando juntos a uma vida de felicidade?  Duvido muito. Você tem lido contos de fadas demais.”
Como único herdeiro de um ducado, Piers obviamente não precisa de dinheiro, mas exerce a medicina com verdadeira paixão. Para ele, ser médico é tudo na sua vida e apesar de tratar seus pacientes com profissionalismo, a cortesia passa longe. Há vinte e seis anos ele não tem contato com o pai, o responsável por um acidente que ele sofreu aos seis anos e que fez com que ele ficasse quase aleijado. Dependendo de uma bengala para andar, ele sente dores horríveis que só colaboram para o seu famoso mau humor. Uma parte do seu castelo é usada como hospital e junto com o seu fiel mordomo, um primo e mais dois amigos que pretendem aprender tudo que ele sabe, Piers faz o possível para melhorar a vida dos seus pacientes. 
“Com exceção da cintura, ela era exatamente como uma princesa de qualquer conto de fadas: olhos azul-claros, cabelos ruivos claríssimos, pele bonita. Além do sorriso da família.”
Do outro lado temos a Linnet, sua mãe morreu há alguns anos,  ela vive com o pai (um visconde que não se relaciona com pessoas influentes) e acaba de se envolver em um escândalo ao participar de um baile. Era público que Linnet era cortejada por um príncipe e devido a um mal estar, todos passam a acreditar que ela está grávida do mesmo.

O príncipe em questão aproveita as fofocas para terminar o relacionamento. Esta é uma das primeiras cenas do livro e foi muito engraçada porque o boato se dá não só por causa do mal estar, mas também por causa do vestido exageradamente volumoso que Linnet estava usando na ocasião. Até convencer a governanta, o pai e a tia de que tudo não passou de um desastre da moda e da comida, a tia dela já bolou um plano para evitar que ela seja arruinada de vez, o que inclui arrumar um marido que assuma esta criança inexistente.
“Então os três jovens são seus alunos? – perguntou ela.
Você sabe contar até três – disse ele em tom aprovador. – Esse é um bom presságio para os nossos descendentes.”
Linnet tem duas opções como marido, um demente e um aleijado. Como o pai de Piers está desesperado por descendentes e seu filho fez com que todos pensassem que além de aleijado ele é impotente, arrumar uma noiva já grávida de um homem de sangue real vai resolver a situação para ambas as partes.
“— Suponho que você ache que eu vou me apaixonar por você — disse ele.
— Muito provavelmente.
— Quanto tempo você deu a si mesma? — Ele parecia genuinamente curioso.
— Duas semanas no máximo. — E então, ela deu o sorriso – covinhas, charme, sensualidade e tudo o mais.
Ele nem piscou.
— Isso é o melhor que você tem?
Sem se conter, Linnet deixou escapar uma risadinha. Depois, outra.
— Geralmente, isso é mais que suficiente."
Eu fui fisgada já no primeiro capítulo e antes de começar a ler, recebi a informação de que o protagonista foi inspirado no Dr. Gregory House, um médico brilhante, mas com um péssimo temperamento. Foi isto que fez com que Piers fosse conhecido por todos como Fera. Eu não acompanho a série, mas a reputação deste médico fala por si. Estava muito curiosa para saber como iria ser o desenrolar deste romance e a autora fez isto de forma impecável. Ela tinha que criar uma protagonista a altura para lidar com este homem arrogante e intratável e a Linnet não se intimidou. Isto para mim foi o ponto chave para que a trama fosse tão incrível.
“Então, ela ia se casar com um gênio. Parecia que ele, quando desafiado, tinha a tendência a perder o controle, mas ela tinha confiança de que conseguiria lidar com ele.”
Linnet tinha a capacidade de fazer Piers rir muito com a sua língua afiada, coisa que ele não estava muito habituado. Ela tem muito em comum com ele também em alguns aspectos e, além disto, chamava a atenção por sua grande beleza. Mesmo que Piers não gostasse de admitir, ele ficava tremendamente atraído por ela e com ciúmes das atenções que ela recebia do primo dele que não escondia o seu interesse de ninguém.
"Tenho que ver meus pacientes logo. Eles têm um hábito desagradável de morrer durante a noite. (...) Tenho uma ala de pacientes esperando por mim, alguns deles provavelmente já são cadáveres a esta altura. Não posso deixar os cadáveres esperando. Não é educado."

Sensacional o enredo que mostrou as dificuldades dos médicos da época em diagnosticar e curar com os seus métodos em fase experimental. Os personagens secundários e as interações entre Linnet e Piers desde o momento em que se conhecem são um espetáculo. Rola até uns trocadilhos sensuais sobre brincar de médico com a paciente e tudo mais. O destaque com certeza são os diálogos bem humorados e é claro que não posso deixar de citar a transformação da Fera por amor. No entanto, o que chamou ainda mais a minha atenção foi que em um determinado momento a beleza da "Bela" também foi posta a prova e a "Fera" teve que mostrar como esta beleza, uma coisa tão superficial para ele, não era a responsável por ele ter finalmente se apaixonado.
"Ele nunca tinha visto uma mulher tão deslumbrante. (...) À sua maneira, Linnet era a versão feminina dele próprio; detestável, bonita demais, inteligente demais, mordaz demais."
Lindo!! Apesar de não querer dar o braço a torcer de que a esposa que o pai escolheu era perfeita, Piers também achava que Linnet merecia coisa melhor. Naturalmente, e na hora certa, ele soube como demonstrar seu amor verdadeiro com palavras e ações e a cada cena eu ficava mais encantada por ele. A narração é em terceira pessoa, mas com os pontos de vista do casal. Juntos eles formaram uma dupla magnífica em todos os sentidos e a cena em que Linnet chama Piers de Belzebu me fez lembrar de Lorde Dain em "Príncipe dos Canalhas". Não sei qual dos dois eu amo mais agora.
"Eu nunca ousei sonhar com alguém como você." (...) Nenhum homem gosta quando quase perde a cabeça por causa de uma mulher."
Paralelamente ao romance de Piers e Linnet, também temos o pai e a mãe de Piers tentando se reconciliar depois de anos vivendo separados. Foi emocionante não só esta reaproximação entre o Duque e a Duquesa como também a busca do Duque pelo perdão do filho. Tudo foi perfeito! Capa, diagramação, tradução, romance e protagonistas inesquecíveis. Você precisa ler este livro agora!!!!



Comentários
3 Comentários

3 comentários

  1. Oi, Di. Juro que não sabia que a história tratava-se de um romance de época, mas agora que sei, estou louca para conhecer melhor esses dois. Sou apaixonada pelo gênero e muito me apete esses comentários sarcásticos por parte dos personagens. Espero gostar!
    Beijo, Leitora Encantada

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  2. Adorei a sua resenha, você me conquistou mais ainda quando se referiu ao "O príncipe dos Canalhas", meu romance de época favorito. Acho que vou amar esse livro.

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