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Resenha | Ligeiramente Perigosos, Série Os Bedwyns Livro 6 de Mary Balogh @EditoraArqueiro

18/04/2017


Aos 35 anos, Wulfric Bedwyn, o recluso e frio duque de Bewcastle, está ávido por encontrar uma nova amante. Quando chega a Londres, os boatos que correm são os de que ele é tão reservado que nem a maior beldade seria capaz de capturar sua atenção. Durante o evento social mais badalado da temporada, uma dama desperta seu interesse: a única que não tinha essa intenção. Christine é impulsiva, independente e altiva – uma mulher totalmente inadequada para se tornar a companheira de um duque. Ao mesmo tempo, é linda e muito, muito atraente. Mas ela rejeita os galanteios de todos os pretendentes, pois ainda sofre para superar as circunstâncias pavorosas da perda do marido. No entanto, quando o lobo solitário do clã Bedwyn jura seduzi-la, alguma coisa estranha e maravilhosa acontece. Enquanto a atração dela pelo sisudo duque começa a se revelar irresistível, Wulfric descobre que, ao contrário do que sempre pensou, pode ser capaz de deixar o coração ditar o rumo de sua vida. Em Ligeiramente perigosos, o sexto e último livro da série Os Bedwyns, Mary Balogh conclui a saga desta encantadora família em uma trama repleta de cenas sensuais, tiradas espirituosas e personagens à frente de seu tempo. Ao unir um homem e uma mulher tão diferentes, ela mostra que o resultado só poderia ser um par perfeito.

“Era um homem extremamente poderoso e arrogante – e frio como gelo, ao menos era o que diziam. (...) o primeiro nome dele era Wulfric, que lembrava “wolf” – lobo em inglês. Que estranho e apropriado ao mesmo tempo!”

Eu esperava ansiosamente pelo romance deste ogro desde que li o primeiro livro da série. Imaginava que seria o melhor de todos, que me surpreenderia de uma maneira impressionante. Eu não estava errada. Estava tão ansiosa por esta história que nem consegui aguardar a chegada do livro físico e li em e-book assim que ficou disponível. Eu me apaixonei pelo Wulf neste livro, mesmo que em várias ocasiões eu tenha tido vontade de entrar na trama para desfazer aquela cara arrogante dele. 

“Não era racional – e com certeza nada admirável – ficar arquejando de desejo por um homem tão detestável.”

Com 35 anos, Wulf já cumpriu todas as suas funções como duque de Bewcastle, cargo que jamais desejou, mas que herdou a contragosto aos 17 anos. Cumpriu tudo, exceto casar e gerar herdeiros. Passou dez anos com a mesma amante, atualmente sente saudades dela após sua morte repentina e mesmo que esteja feliz de ver todos os seus irmãos casados e estabelecidos na vida, está terrivelmente entediado com a sua rotina.

“Quem se casaria com um duque pela pessoa que ele era? Uma amante poderia ser dispensada. Uma esposa, não.”

A mocinha que a autora coloca no caminho de Wulf não poderia ser mais perfeita para ele. Cheia de vida, de risos, uma mulher iluminada e corajosa que chega para trazer alegria na vida deste homem que se vê de repente solitário e sem propósito. Por este motivo ele resolve aceitar um convite para uma temporada festiva em outra cidade e como nunca comparece a esse tipo de evento, não entende porque resolveu abrir uma exceção desta vez. 

“Como, perguntava-se Wulfric, uma criatura de aparência tão maltrapilha conseguia parecer não apenas impressionantemente bela, como também tão cheia de vida? (...) Era difícil explicar o motivo daquela atração, já que não era uma dama elegante, ou refinada... nem jovem.”

Só podemos dizer que é o destino que o coloca no mesmo lugar que Christine. Ela também não queria ir ao evento e aceitou pela insistência da amiga. Viúva há dois anos, ela foi casada há sete e não espera que isto aconteça novamente. Ao conhecer o duque a antipatia por ele é imediata, assim como Wulf também não aprova o comportamento nada elegante e nada refinado dela e tem certeza de que ela nunca daria uma verdadeira duquesa. Christine é o completo oposto do que ele deseja em uma esposa e é exatamente isto que torna a atração por esta mulher ainda mais forte.

“Parecia ter se passado uma eternidade desde a última vez que uma mulher fizera seu sangue ferver. Christine Derrick sem dúvida – e de forma absolutamente inexplicável – fazia o sangue de Wulfric ferver. (...) Ela estava rindo de novo. Ninguém jamais ria dele. Wulfric se flagrou intrigado pela ousadia da mulher.”

Os diálogos entre Wulf e Christine são cativantes desde o início e eu não conseguia parar de ler até saber como o romance iria se desenvolver. Demorou um pouco, mas em meio a todas estas interações, eu fiquei feliz de rever todos os personagens dos livros anteriores. Lindo acompanhar como a família cresceu e hilário ver todos os irmãos e cunhados unidos e torcendo para que Wulf se casasse. 

“Queria passar um pouco mais de tempo sob a aura de luz, de vitalidade e de riso dela. Queria passar mais tempo com ela. (...) Sra. Derrick espalhava luz, apesar das sombras que ele vira nela de relance. E, por mais que não desejasse Wulfric ainda estava fascinado por aquela luz.”

Fascinante as mudanças que o amor causa na personalidade do Wulf. Não foi nada drástico, até porque não teria graça, Wulf continuou sendo implacável quando exibia aquele monóculo e levantava a sua sobrancelha imponente, mas de forma bem sutil, é possível observar como as prioridades dele mudaram assim que ele fixou os olhos em Christine, uma mulher que não facilitou em nada este cortejo para ele e não se intimidou pelo seu título e sua fama. 

“Como poderia se casar com um homem que vivia eternamente sério? E rígido, e arrogante, e frio? (...) Christine o odiava apaixonadamente.”
"Wulfric estava plenamente consciente de que estar a sós com Christine, valsando, era mais do que ligeiramente perigoso." 

Foi maravilhoso!!!! Christine foi magnífica o livro inteiro e a cena em que Wulf desvenda um mistério sobre ela me deixou literalmente de boca aberta. Eu li e reli a tal cena duas vezes porque pra mim a autora e o personagem foram verdadeiros gênios. Na verdade eu já conhecia a genialidade do duque quando intercedeu pelos irmãos sem praticamente falar nada, mas aqui ele se superou. A cena do baile final então me deixou encantada e com aquele sorriso bobo na cara.

“Wulfric ficara abalado por ter perdido o controle com Christine Derrick. Esse era o tipo de coisa que ele nunca fazia. Mas e daí? Se apaixonar também era algo que nunca acontecia... até agora.”

O epílogo poderia ter sido mais longo e detalhado, mesmo assim, eu não podia esperar desfecho melhor para esta série. Já estou com saudades de todos estes irmãos. Encantador, envolvente, engraçado, romântico e junto com o volume três, o meu favorito da série com certeza. Você não pode deixar de ler.

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