Remy não acredita no amor.
Sempre que um cara com quem está saindo se aproxima demais, ela se afasta, antes que fique sério ou ela se machuque.
Tanta desilusão não é para menos: ela cresceu assistindo os fracassos dos relacionamentos de sua mãe, que já vai para o quinto casamento.
Então como Dexter consegue fazer a garota quebrar esse padrão, se envolvendo pra valer?
Ele é tudo que ela odeia: impulsivo, desajeitado e, o pior de tudo, membro de uma banda, como o pai de Remy — que abandonou a família antes do nascimento da filha, deixando para trás apenas uma música de sucesso sobre ela. Remy queria apenas viver um último namoro de verão antes de partir para a faculdade, mas parece estar começando a entender aquele sentimento irracional de que falam as canções de amor.
Tudo o que você precisa saber sobre esta história já foi dito na sinopse, simples assim. Aqui, Remy, uma garota comum, sarcástica, com mania de controle e que não acredita no amor depois de ver todos os relacionamentos da mãe fracassarem, não vai encontrar um garoto lindo e perfeito, se apaixonar, mudar completamente sua personalidade e viver feliz para sempre. Longe disto.
Dexter é o oposto dela, um músico a procura do sucesso, desorganizado e que não concorda com este modo cético que ela encara os relacionamentos. Toda vez que ela sente que o caras com quem ela sai (que não foram poucos), começam a se apegar demais e ficar acomodados, ela termina. Sempre ela, sem remorso. Ela não vai com a cara de Dexter assim que o conhece, no entanto, ele é persistente e acredita que estão destinados a ficarem juntos. Remy é uma ótima filha, uma estudante exemplar e trabalha em um salão de beleza. Tem amigas maravilhosas e que gostam dela do jeito que ela é. Dexter e Remy começam um relacionamento que para ela já tem os dias contados, pois assim que o verão acabar, ela vai para a faculdade. Porque vai sair de casa em breve, não fala para a mãe o que realmente pensa sobre este quinto casamento que também não acaba nada bem e não entende porque ela ainda insiste ao invés de ficar solteira.
Pelo que pude observar ao final desta leitura e a de "Os Bons Segredos" é que Sarah Dessen tem uma marca registrada ao escrever os seus livros que não funciona para mim. Os personagens são simpáticos, tem dúvidas e desejos normais para a idade e ela narra do dia a dia deles sem trazer nada de surpreendente, nenhum mistério, nenhum segredo, nenhum dilema, acho que isto é o que me incomoda. A mensagem que ela quer passar fica nas entrelinhas e é preciso ter sensibilidade para entendê-la. Neste caso foi a de que uma mulher pode ser feliz sozinha, que todos são livres para fazer suas próprias escolhas e que ás vezes a gente sabota a felicidade por medo de se decepcionar, por medo de tentar. Apesar da mãe de Remy não ter sucesso nos relacionamentos, ela tentou mostrar para a filha que cada um deles trouxe algo de bom, que ela não deveria ser tão cínica e ter um coração tão duro.
Eu não consegui me apegar a nenhum dos personagens, muito menos torcer pelo casal que nas poucas cenas que namoraram só se beijavam na testa, não curti principalmente porque Remy não se importava se estava magoando um cara que era óbvio que tinha sentimentos por ela. O final deixa aquela sensação de "ficou faltando alguma coisa". Mesmo assim, de alguma forma eu não consegui parar de ler querendo saber o que iria acontecer a seguir. É um jovem adulto que uma mãe pode deixar seu filho ler sem medo e que cumpre o papel de entreter se você procura algo diferente dos dramas comuns narrados neste gênero.
Nunca li nenhum livro da Sarah. Mas pelo que li condiz com sua opinião. Que é preciso ler nas entrelinhas. As capas são delicadas.
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