“De todas as bobagens incríveis que ele já tinha visto as mulheres fazendo ao longo de sua vida, aquela era, sem dúvida, a pior.” Sophie Talbot é conhecida pela Sociedade como uma das Irmãs Perigosas – mulheres Talbot que fazem de tudo para se arranjar com algum aristocrata. O apelido chega a ser engraçado, pois se existe algo que Sophie abomina é a aristocracia. Mas parece que mesmo não sendo uma irmã tão perigosa assim, o perigo a persegue por todos os lugares. Quando a mais “desinteressante” das irmãs Talbot se torna o centro de um escândalo, ela decide que chegou a hora de partir de Londres e voltar para o interior, onde vivia antes de seu pai conquistar um título. Em Mossband, ela pretende abrir sua própria livraria e encontrar Robbie, um jovem que não vê há mais de uma década, mas que jura estar esperando por ela. No entanto, ao fugir de Londres, seu destino cruza com o de Rei, o Marquês de Eversley e futuro Duque de Lyne, um homem com a fama de dissolver noivados e arruinar as damas da Sociedade. Rei está a caminho de Cumbria para visitar o odioso pai à beira da morte e tomar posse de seu ducado. Tudo o que ele menos precisava era de uma Irmã Perigosa em seu encalço. O Marquês de Eversley está convicto de que Lady Sophie Talbot invadiu sua carruagem para forçá-lo a se casar com ela e conquistar um título de futura duquesa. Já Sophie tenta provar que não se casaria com ele nem que fosse o último homem da cristandade. Mas e quando o perigo tem olhos verdes, cabelos claros e a língua afiada? Essa viagem será mais longa do que eles imaginavam...
“Ele era tudo o que diziam ser. Escandaloso. Perverso. Um canalha total."
As irmãs Talbot são especialistas em complexidade e Sophie, apelidada pela sociedade como a mais sem graça das “Irmãs Perigosas” ou “Cinderelas Borralheiras” nunca desejou ser notada. Quando saiu de casa para morar em Londres onde o pai assumiu o condado, sua mãe e suas irmãs ficaram muito animadas com a possibilidade de fazer parte da aristocracia, enquanto ela sempre detestou as colunas de fofocas e de ver cada uma delas se tornar motivo de chacota. Depois de protagonizar um escândalo em um baile quando joga o cunhado e renomado duque dentro de um lago ao flagrá-lo com a amante, ela decide que já basta. Precisa ir embora de casa, cumprir a promessa de se casar com o amigo de infância, ser uma mulher livre e abrir a sua tão sonhada livraria em Cúmbria, lugar de onde ela nunca deveria ter saído.
"Nós não deveríamos gostar um do outro"
"Não se preocupe. Nós não gostamos."
Que grande mentira.
De uma maneira inusitada, ela conhece Rei, o marquês de Eversley, que está coincidentemente indo para o mesmo lugar ver o pai que ele odeia. Ela pede carona e como ele não quer arrumar problemas diz não, o que para Sophie não é um empecilho já que ela consegue viajar clandestinamente na mesma carruagem vestida de criado. A partir de então, os dois protagonizam as mais diversas aventuras e perigos envolvendo tiroteios, roubo de rodas, fuga dos capangas do conde, assalto na estrada e uma visita nada amigável ao pai de Rei que deveria estar nas últimas. E se ele a arruinasse para que ela pudesse enfim ser livre? E se ela o ajudasse a se vingar do pai que destruiu o seu amor do passado?
"Apesar de todos os livros que eu li, sou a única das filhas dela perdida no norte do país com um marquês solteiro e uma ferida de bala no ombro."
Sophie é um problema para Rei desde o primeiro instante e quanto mais tempo passa ao seu lado, mais difícil é se livrar dela. Não que ele queira isso na verdade, pois acaba descobrindo que ela é a pessoa menos “desdivertida” que ele já conheceu. As cenas quentes já são um padrão da autora e este livro além de tudo trouxe várias cenas hilárias. Um detalhe dentre tantos outros cômicos é que as irmãs de Sophie têm nomes esquisitos iniciando com a letra S, Seraphina, Sesily, Seleste e Seline e no decorrer do enredo descobrimos que comparada a todas elas, Sophie pode ser tudo, menos sem graça.
"Ela o fazia se sentir mais poderoso do que jamais tinha se sentido; ele não era apenas um título, uma fortuna, ou um herdeiro. Sophie fazia com que Rei se sentisse mais que tudo isso. (...) Ela merecia um homem melhor."
O marquês desconfia o tempo todo de que Sophie está armando uma cilada para que ele tenha que se casar com ela, coisa que ele prometeu nunca fazer, muito menos ter herdeiros. Conhecer o quanto ele sofreu por amor é comovente e depois de saber o que realmente aconteceu, acabei perdoando este futuro duque pelas vezes que ele foi tão arrogante e cruel com a Sophie.
Ele foi muito cretino no começo, mas conseguiu se redimir. Eu adorei a protagonista! Ela é inteligente, tem uma língua afiada e o fato de amar tanto os livros foi apenas a cereja do bolo. A cena em que ela se encanta pela biblioteca do marquês digna de a Bela e a Fera e o faz cheirar um livro para explicar porque é tão viciada por eles é impagável.
"Felicidade! É esse o cheiro dos livros. Felicidade. Por isso eu sempre quis ter uma livraria. Existe vida melhor do que vender felicidade?"
A interação do casal é maravilhosa em todos os sentidos e a verdade por trás deste libertino eu descobri logo de cara, mesmo assim, foi muito divertido acompanhar os dois nesta viagem. A atração de ambos é inegável e o lado protetor do Rei mesmo quando ele não queria demonstrar foi apaixonante de ler. Ele teve que se desdobrar para fazer Sophie acreditar que era realmente linda e convencê-la de todas as suas qualidades.
Sarah MacLean se inspirou nos jornais de fofocas da época para criar esta história e a diagramação foi muito original. O início de cada capítulo é uma manchete do Escândalos & Canalhas, tabloide criado pela autora. Uma leitura deliciosa, engraçada e sensual, com um mocinho teimoso e uma mocinha mais ainda. Amei!
Sarah MacLean se inspirou nos jornais de fofocas da época para criar esta história e a diagramação foi muito original. O início de cada capítulo é uma manchete do Escândalos & Canalhas, tabloide criado pela autora. Uma leitura deliciosa, engraçada e sensual, com um mocinho teimoso e uma mocinha mais ainda. Amei!
*O livro 2 da série narra o romance do Duque Warnick, o "amigo da onça" do marquês que teve algumas participações neste volume.